Mercado de capitais aumentou quatro vezes no Brasil em 25 anos

(Foto: Max Bonda/Pexels)

As operações no mercado de capitais brasileiro quadruplicaram nos últimos 25 anos. É o que mostra a evolução dos nossos rankings, criados em 1997 com o objetivo de classificar o desempenho das instituições que atuam no segmento. No primeiro ano em que foram divulgados os dados do setor, o grupo analisado reunia 92 instituições, que movimentaram R$ 19,3 bilhões. Em 2022, apesar da redução de 33% no número de casas que participam da classificação, as emissões somam, até o momento, R$ 365,2 bilhões, considerando instrumentos de renda variável, renda fixa e híbridos. “Os rankings da ANBIMA revelam parte da história do mercado financeiro no Brasil. Analisando a trajetória dos dados, podemos visualizar momentos importantes da economia brasileira, como a mudança no perfil das instituições e a diversidade dos instrumentos emitidos e distribuídos”, avalia José Eduardo Laloni, nosso vice-presidente.

Uma das características do mercado que pode ser verificada a partir dos rankings é o grau de concentração das emissões de títulos corporativos e valores mobiliários nas instituições que ocupam o topo da classificação. Até a crise financeira internacional de 2008, as operações de renda variável eram as mais concentradas, considerando-se os cinco maiores originadores. Atualmente, a renda fixa tem maior convergência: os cinco primeiros colocados do ranking desses papéis representam 75% do volume negociado, contra 60% na renda variável.

Considerando a lista de distribuidores, também há concentração expressiva na renda fixa. Na média histórica, os cinco primeiros colocados desse ranking representam 70% do volume distribuído, sendo que em 2008 esse percentual chegou a 87% do total.

Captação por meio da renda fixa predominou ao longo do tempo

Quando se observam os volumes emitidos por tipo de instrumento ao longo do tempo, a movimentação dos títulos de renda fixa é predominante em comparação às ações, sobretudo nos períodos de juros mais altos. O volume de ações ultrapassou o da renda fixa apenas entre 2007 e 2010 — exceto em 2009, quando foram sentidos os efeitos da crise financeira internacional — e em 2020, quando os juros atingiram o menor patamar da história recente.

No momento do auge dos IPOs, em 2007, por exemplo, o montante emitido em ações foi três vezes maior que o dos papéis de renda fixa. A partir de 2011, a captação por meio da renda fixa foi sistematicamente maior.

Diversificação de instrumentos financeiros é a marca dos últimos 25 anos

Outra característica do mercado nos últimos 25 anos que pode ser observada por meio dos rankings é o surgimento e a consolidação de novos instrumentos financeiros no Brasil. Eram quatro tipos de ativos considerados em 1997 (ações, debêntures, fundos imobiliários e notas promissórias) e hoje são 13. Em 2000, foram incorporados os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados de ações emitidas em outros países). Em 2005 entraram os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e, no ano seguinte, os Cepac (Certificados de Potencial Adicional de Construção), alternativa de financiamento para obras públicas realizadas pelos municípios.

Já os CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e os CRAs (Certificado de Recebíveis Agrícolas) entraram para a estatística em 2008 e 2011, nesta ordem. Por conta da isenção de imposto de renda para pessoas físicas que investem nesses papéis, sua atratividade tem sido crescente ao longo dos anos. No caso dos CRAs, isentos desde 2005, a distribuição dos papéis colocados em mercado chegou a 63,2% em 2020. Já os CRIs, que tiveram isenção a partir de 2014, a relação entre emissões originadas e distribuídas saiu de 5% em 2008 para 60% neste ano.

Em 2013 houve o retorno dos FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) ao ranking, desta vez classificados como operações híbridas. Esse instrumento havia sido retirado da categoria de renda variável em 2001. Em 2022, foram incluídas as notas comerciais, desburocratizadas com a edição da Lei 14.195, além dos FIPs (Fundos de Investimento em Participações) e dos Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais).

+ Baixe o estudo completo sobre os 25 anos do ranking de mercado de capitais

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