Em uma audiência realizada Câmara dos Deputados na quarta-feira (03/04), representantes dos empregados da Caixa Econômica Federal e das empresas lotéricas expressaram preocupação com a possível privatização das loterias da CEF. Conforme informação da Agência Câmara de Notícias, a proposta, que envolve a criação de uma subsidiária específica para a gestão das loterias, está em discussão desde 2018 pelo conselho de administração do banco.
Impacto Social dos Recursos
Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), ressaltou a importância dos recursos das loterias, que em 2023 totalizaram R$ 23,4 bilhões em arrecadação, dos quais R$ 9,2 bilhões foram investidos em programas sociais. Ela destacou o impacto direto desses fundos no financiamento de setores cruciais como educação e cultura.
Defesa da Caixa
Ricardo Costa, vice-presidente da Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (Febralot), argumentou contra a privatização, apontando para a necessidade de modernização e competitividade frente às novas formas de apostas, incluindo loterias estaduais e apostas esportivas. Ele enfatizou o papel vital da Caixa no mercado, sugerindo um aumento na participação do banco no segmento de loterias e apostas para garantir sua sobrevivência e competitividade.
Governo e Legalidade
Simone Vicentini, do Ministério da Fazenda, minimizou as chances de privatização, explicando que qualquer transferência de controle deverá ser para uma subsidiária 100% pública, em conformidade com a legislação atual que designa o serviço de loterias como exclusividade da União.
Diálogo e Transparência
A audiência, sugerida pelos deputados Erika Kokay (PT-DF) e Tadeu Veneri (PT-PR), também contou com a participação de diversas entidades representativas, que pediram a retirada da proposta de criação da subsidiária até que um diálogo aberto e transparente possa esclarecer todas as implicações, garantindo a manutenção dos serviços e benefícios proporcionados pelas loterias da Caixa à população.
