A 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, produtor das cervejas Itaipava, Black Princess e Cacildis. A empresa afirma ter dívidas em aberto de cerca de R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 2 bilhões decorrentes de operações financeiras e de mercados de capitais, e R$ 2,2 bilhões com grandes fornecedores.
A administração judicial do processo da Petrópolis caberá à Preserva-Ação Administração Judicial e ao escritório de advocacia Zveiter, ambos do Rio de Janeiro, que já haviam sido nomeados pela juíza substituta Elisabete Franco Longobardi em março. O grupo alegou que a crise de liquidez vem se agravando há cerca de 18 meses, com drástica redução de receita. Em 2020, a empresa vendeu 31,2 milhões de hectolitros, enquanto em 2021 e 2022, foram comercializados 26,4 e 24,1 milhões de hectolitros, respectivamente.
Segundo a companhia, a crise é momentânea e decorre do que a empresa considerou ser uma “tempestade perfeita”, com a queda em vendas e receitas sendo acompanhada pelo aumento da taxa básica de juros, a Selic, que tem um impacto de cerca de R$ 395 milhões ao ano no fluxo de caixa do grupo. Além das cervejas Itaipava, Black Princess e Cacildis, o Grupo Petrópolis produz e distribui outras marcas de bebidas alcoólicas e não alcoólicas.
Em janeiro de 2020, a empresa detinha 15,3% do mercado de cerveja no Brasil, segundo dados da Nielsen. Essa fatia, no entanto, recuou para 10,6% em agosto de 2022. Com o pedido de recuperação judicial, o Grupo Petrópolis busca reorganizar suas finanças e voltar a crescer no mercado.
