As fintechs brasileiras, particularmente os bancos digitais com ações listadas na Bolsa, tais como Nubank, Inter, Stone e PagBank, enfrentam o desafio de demonstrar que são capazes de manter o ritmo de crescimento da base de clientes e, simultaneamente, incrementar a receita gerada por estes, afirmam analistas do setor.
No primeiro trimestre, as fintechs surpreenderam o mercado ao expandir sua base de clientes em um cenário desafiador, caracterizado por altas taxas de juros e índices recorde de inadimplência. Este desempenho pode ser explicado pela restrição dos bancos tradicionais na concessão de empréstimos a clientes considerados mais arriscados. Nesse vácuo, as fintechs emergiram e conseguiram manter um crescimento reduzido da inadimplência.
Contudo, agora as instituições financeiras digitais necessitam encontrar maneiras de aumentar a receita média por cliente, uma especialidade dos bancos tradicionais, que oferecem serviços adicionais e produtos como seguros. O Nubank, por exemplo, mencionou recentemente que sua receita por cliente está em torno de US$ 8,5, bem abaixo dos bancos tradicionais (US$ 40). Para diminuir essa diferença, o Nubank está direcionando seu foco para clientes de alta renda e buscando se tornar o banco principal desses usuários.
O Inter, por sua vez, já está seguindo essa rota, priorizando uma maior monetização ao invés de buscar um aumento expressivo de participação de mercado, conforme afirmam especialistas.
Ademais, os analistas também estão monitorando o desempenho das empresas Stone e PagBank no segmento de máquinas de cartão. Eles desejam verificar se essas fintechs serão capazes de manter a tendência de crescimento de receita em ritmo superior ao das despesas. A expansão na base de clientes e o aumento da receita são impulsionados pela entrada dessas empresas no mercado de crédito, contribuindo para a diversificação de suas operações.
Em suma, as fintechs brasileiras se deparam com o desafio de equilibrar o crescimento da base de clientes com o aumento da receita por cliente, ao passo que procuram oferecer serviços e produtos adicionais para competir com os bancos tradicionais.