O ano de 2023 marcou um recorde no número de demissões voluntárias no Brasil, com um total de 7,3 milhões de trabalhadores optando por deixar seus empregos. Este número representa um crescimento em relação aos anos anteriores, superando os 6,8 milhões de 2022 e os 5,6 milhões de 2021. A série histórica, iniciada em 2004, demonstra uma tendência crescente, refletindo um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico.
Um estudo da LCA Consultores revelou que, dos 21,5 milhões de desligamentos ocorridos em 2023, 34% foram a pedido do trabalhador. Este índice reflete um aumento consistente ao longo dos anos, destacando-se ainda mais quando comparado aos números anteriores à pandemia de covid-19.
Fatores contribuintes
Economistas apontam várias razões para este fenômeno, incluindo a busca por posições mais alinhadas com as expectativas dos trabalhadores, o aumento do número de jovens no mercado de trabalho e mudanças na metodologia do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A qualificação dos trabalhadores também desempenha um papel crucial, com os mais instruídos representando uma considerável fatia das demissões voluntárias.
Impacto por faixa etária e setor
Os jovens, especialmente aqueles entre 18 a 24 anos, lideraram em termos de demissões voluntárias, buscando oportunidades que melhor atendam suas preferências. Setores como saúde, educação e serviços financeiros tiveram uma proporção maior de desligamentos voluntários, enquanto regiões como Sul e Centro-Oeste registraram os maiores índices.
Projeções
Apesar do cenário positivo para a mobilidade profissional em 2023, projeções sugerem um possível arrefecimento do mercado de trabalho em 2024. Expectativas de desaceleração econômica e aumento da taxa de desocupação podem levar a uma diminuição nas demissões voluntárias, ajustando a dinâmica do mercado de trabalho.
O recorde de demissões voluntárias em 2023, em outras palavras, destaca um mercado de trabalho aquecido, com trabalhadores buscando oportunidades que melhor se alinhem a seus objetivos e qualificações. No entanto, as expectativas de mudanças econômicas no horizonte sugerem uma possível moderação nessa tendência nos próximos anos.
