A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) anunciou, na quarta-feira (8), a abertura de quatro novos processos para investigar a crise na Americanas, que solicitou recuperação judicial após a descoberta de “inconsistências contábeis” em seu balanço.
Dois dos processos têm como objetivo investigar possíveis irregularidades na atuação das empresas de auditoria que avaliaram os balanços da varejista nos últimos anos: a KPMG, em 2017 e 2018, e a PwC, de 2019 a 2022.
As duas empresas disseram, por meio de suas assessorias de imprensa, que não comentam casos envolvendo clientes ou ex-clientes por motivos de sigilo profissional.
De acordo com a própria CVM, as auditorias têm como responsabilidade “assegurar credibilidade às informações financeiras de uma determinada entidade, ao opinar se as demonstrações contábeis preparadas pela administração representam, em todos os aspectos relevantes, a sua posição patrimonial e financeira”.
A PwC já é alvo de ações judiciais movidas por investidores minoritários que perderam dinheiro com o derretimento das ações da Americanas após o anúncio das inconsistências.
A CVM não fornece mais detalhes sobre os processos. As outras duas investigações abertas nesta quarta irão investigar denúncias recebidas pelos canais de atendimento da autarquia, que tem incentivado delações anônimas sobre o caso.
Agora são oito processos e dois inquéritos administrativos para investigar a crise da Americanas. Estes últimos representam avanços nas investigações sobre o uso de informação privilegiada na venda de ações e irregularidades contábeis na empresa.
