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Bancos públicos superam os privados no crescimento da carteira de crédito

Divulgação

A carteira de crédito dos bancos públicos registrou um crescimento acima dos bancos privados neste ano, ultrapassando o ritmo dos últimos cinco anos. Esse cenário tem preocupado analistas, pois a estratégia de estímulo ao crescimento por meio de instituições estatais pode dificultar o início do ciclo de redução de juros pelo Banco Central (BC).

De acordo com os dados mais recentes da autoridade monetária, a expansão da carteira de crédito dos bancos públicos foi de 13,78% nos últimos 12 meses encerrados em março, enquanto os bancos privados de controle nacional (excluindo instituições estrangeiras como o Santander) registraram um crescimento de 10,89%.

A última vez que os bancos públicos apresentaram um crescimento superior aos bancos privados em um período de um ano foi em julho de 2016, com taxas de 2,8% e 2,2%, respectivamente.

Embora o resultado tenha ocorrido durante os primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a maior parte do período considerado na análise corresponde à gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL). Portanto, é prematuro afirmar que a expansão das carteiras dos bancos públicos se deveu a uma política voltada para a expansão monetária.

O aumento do ritmo de crescimento dos bancos públicos começou em meados de 2022, provavelmente como reflexo do aumento da taxa Selic. Essas instituições têm maior atuação no crédito direcionado, voltado para setores como agronegócio e habitação, que são menos afetados pelo aumento das taxas de juros em comparação com as linhas de crédito livre.

Os dados do BC revelam que, nos últimos 12 meses encerrados em março, o saldo do crédito direcionado teve uma expansão de 14,2%, enquanto o crédito livre cresceu 10,5%.

Os resultados dos bancos públicos podem sinalizar as reais intenções do governo em utilizar as instituições financeiras estatais para estimular o crescimento econômico. No entanto, esses resultados também podem dificultar o início do ciclo de redução de juros defendido pelo presidente da República, uma vez que indicam uma política de crédito expansionista.

No caso dos bancos privados, o aumento das taxas de juros, com a Selic em 13,75% ao ano, e o consequente aumento da inadimplência levaram essas instituições a restringir a concessão de crédito. Além disso, episódios envolvendo grandes empresas, como Americanas e Light, também acenderam o alerta entre os bancos, resultando em uma desaceleração no ritmo de expansão dos bancos privados e um aumento nas provisões para possíveis inadimplências nos resultados do primeiro trimestre.

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