O Hospital Albert Einstein está inaugurando dois laboratórios para testes de uso da rede 5G em saúde. A intenção é que no futuro ela possa viabilizar serviços como cirurgia digital e suporte remoto em emergências médicas. As unidades estão em dois locais de São Paulo, uma delas no Eretz.bio, centro de inovação e negócios do hospital. Parte das pesquisas não é novidade na rotina médica, mas a diferença agora é a quinta geração de redes móveis, capaz de melhorar a comunicação de sistemas, aparelhos e informações.
Um dos estudos do laboratório analisa o uso da tecnologia em um produto de inteligência artificial (IA) aplicada a imagens médicas. O projeto é uma plataforma que compara imagens de ressonância magnética para tentar prever os riscos de um acidente vascular cerebral (AVC). Hoje, essa plataforma funciona com a rede 4G, mas a pesquisa quer identificar se é possível ser mais eficiente com o 5G. A nova geração de rede é capaz de se manter estável mesmo com um grande número de aparelhos conectados ao mesmo tempo.
A tecnologia 5G também é visada porque possui menor latência (tempo de condução da informação na rede). Na medicina, essa característica pode ajudar em uma cirurgia remota, diminuindo o tempo de resposta no comando de um robô pelo médico. Além disso, a transferência de dados é outra área forte candidata a ser uma das primeiras a adotar a rede, uma vez que os produtos de diagnósticos se tornam arquivos mais pesados. O 5G pode agilizar a forma como esses documentos são transferidos.
O diretor de inovação do Hospital Albert Einstein, Rodrigo Demarch, afirma que começaram a olhar para o 5G há um ano e meio e decidiram criar um ambiente com estrutura segura para desenvolver experimentos. Segundo ele, a inovação precisa ter um espaço para errar e aprender. A expectativa é que a tecnologia 5G revolucione a medicina nos próximos anos, permitindo tratamentos mais eficientes e com maior precisão.