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Agropecuária é o maior emissor de gases no Brasil

Foto de Jonathan Borba/Pexels

As cadeias de produção e distribuição de alimentos no Brasil foram responsáveis por 1,8 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa em 2021, representando 73,7% das emissões do país naquele ano. Estes dados, originados de um estudo inédito patrocinado pela rede de organizações Observatório do Clima, englobam o desmatamento, a mudança no uso da terra, as emissões da agropecuária, incluindo o metano proveniente dos arrotos do gado, o consumo de energia e a produção de resíduos nos processos agrícolas e industriais.

A produção de carne no país é a principal fonte de emissões, não apenas devido ao metano produzido pelos animais, mas principalmente devido ao desmatamento para conversão em pastagens. Do total de 1,8 bilhão de toneladas de gases emitidos em 2021 pelo sistema de produção de alimentos, 77,6% derivam da produção de carne. Dessas emissões, 70,6% estão relacionadas à mudança no uso da terra, ou seja, o desmatamento, enquanto 29,2% provêm da produção em si. Apenas 0,2% das emissões são atribuídas ao uso de energia e produção de resíduos.

O estudo revela que, se considerada como um país individual, a carne bovina brasileira seria o sétimo maior emissor de gases do mundo, superando o Japão. Em 2019, o Brasil ocupava a terceira posição entre os maiores emissores globais de gases do efeito estufa na produção de alimentos, atrás da China e da Índia, mas à frente dos Estados Unidos.

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Ao contrário de outros grandes produtores como China, Índia e Estados Unidos, onde a maioria das emissões provém das atividades agropecuárias na pré e pós-produção de alimentos, no Brasil, o peso das emissões recai principalmente sobre o desmatamento. Assim, a recuperação e o uso de terras degradadas para a agricultura e criação de animais poderiam tornar o Brasil um produtor mais ambientalmente responsável que seus principais concorrentes.

O estudo destaca a importância do investimento em práticas de recuperação e manejo do solo que capturam carbono, evidenciando que o país já tem a capacidade de capturar 200 milhões de toneladas de CO2 por ano. Com 96 milhões de hectares de terras degradadas, que emitem carbono, o Brasil possui um vasto potencial para aumentar essa capacidade de captura.

Os pesquisadores enfatizam a necessidade de implementar políticas que incentivem tecnologias de baixas emissões na agropecuária, como o plantio direto, a recuperação de pastagens com níveis de degradação e a adoção de sistemas integrados. Em 2021, os solos brasileiros que adotaram práticas conservacionistas, como o plantio direto e a recuperação de pastagens, removeram 370,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2), conforme indicado pelo estudo. No mesmo ano, o governo brasileiro introduziu medidas de incentivo aos produtores que adotam práticas de produção mais sustentáveis, incorporando-as ao Plano Safra de financiamento para a agropecuária. Quanto mais medidas sustentáveis o produtor adotar, mais recursos com taxas de juros reduzidas ele terá acesso.

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