Nordeste precisa de políticas públicas para impulsionar a economia local e superar o crescimento abaixo da média nacional nos últimos anos, afirmou Flávio Ataliba, pesquisador associado do FGV Ibre e futuro coordenador do Centro de Estudos Econômicos do Nordeste do FGV Ibre, que será instalado em Fortaleza. Ataliba destacou a importância de incentivar setores com vantagens comparativas na região, como a geração de energia eólica, a agropecuária no Maranhão e no Piauí, o setor de serviços no Ceará e a indústria na Bahia e Pernambuco. Ele também ressaltou a necessidade de políticas públicas que considerem a diversidade econômica e geográfica do Nordeste.
Um estudo feito pelos economistas Claudio Considera e Juliana Trece, do FGV Ibre, mostra que o PIB da região Nordeste cresceu 7% no biênio 2021-2022, abaixo da média brasileira de 8%. Em 2021, o PIB nordestino subiu 3,5%, enquanto a média brasileira foi de 5%. A indústria da transformação foi a que mais impactou no crescimento abaixo da média, com queda de 6,5% em relação ao ano anterior, em decorrência do fechamento da fábrica da Ford em Camaçari, Bahia. No entanto, o setor de serviços foi o responsável pelo avanço do PIB do Nordeste acima da média brasileira em 2021.
O estudo também aponta que a concentração de riqueza é grande na região, com Bahia, Pernambuco e Ceará representando juntos 62,8% da economia do Nordeste. Ataliba destaca a importância de uma ação da política pública coordenada em nível federal e estadual, que identifique setores com vantagens comparativas e invista em educação e financiamento. Ele ressalta que qualquer estratégia de desenvolvimento precisa considerar todas as características da região Nordeste, como o semiárido, a caatinga, o recôncavo baiano, os solos férteis do Maranhão e Piauí e o potencial turístico do litoral.
A instalação do Centro de Estudos Econômicos do Nordeste do FGV Ibre em Fortaleza pode ser um importante passo para o desenvolvimento da região. O Diretor da FIEC, Carlos Prado, destacou que o centro terá um papel fundamental na produção de análises e estudos, na articulação dos atores regionais e na proposição de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável do Nordeste.
Fonte: Portal.fgv.org
