O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, entregou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma carta aberta para justificar o descumprimento da meta de inflação no ano passado. Os gargalos nas cadeias de produção globais, a inércia de reajustes do ano anterior e o encarecimento das commodities foram foram os principais responsáveis por pressionar os preços, segundo o BC.
Na carta, Campos Neto, diz que a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairá de 5,79% em 2022 para 5% ainda neste ano. Mesmo assim, ficará acima da meta, fixada em 3,25%, podendo chegar a 4,75%, por causa da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Segundo o presidente do BC, a inflação só ficará dentro da meta a partir do ano de 2024, quando deverá ficar em 3%, e em 2025 (2,8%). Para esses dois anos, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece uma meta de 3% para o IPCA, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em 2022, a meta estava em 3,5%, com a mesma margem de tolerância, e podia variar entre 2% e 5%.