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A importância da classificação dos custos para a otimização das tomadas de decisão – Por Carlos Barbosa

Especialista em Administração Financeira e Mestrado em Administração e Controladoria

*Coluna por Carlos Barbosa, 26/07/2022

É verdade que, ao se falar de custos, esta palavra sempre estará associada a grandes saídas presentes ou futuras de caixa, o que é visto como um mal necessário dentro da atividade principal de um negócio. Mas é de extrema importância perceber as nuances que cabem dentro desta palavra. Ela pode ser divisível em algumas classificações, que farão muita diferença na gestão de um negócio, se bem compreendidas. Dois conjuntos de classificações de Custos são muito difundidos: Fixos e Variáveis; Diretos e Indiretos.

Os gestores que consolidam na sua rotina estas classificações de Custos conseguem direcionar melhor suas decisões, através da aplicação de conceitos solidificados no mercado como Rateio, Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e a própria Formação de Preço. Sem a compreensão do que representa cada classificação de custos, o gestor terá muita dificuldade de obter informações que gerem utilidade e valor no ato de suas decisões, gerando assim uma mistura de conceitos prejudicial às análises. Perceber a natureza de cada terminologia não apenas facilita a aplicação das técnicas de mercado como também desenvolve no corpo gerencial uma maturidade intelectual comunicativa e analítica dos relatórios.

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A classificação que separa os Custos Fixos dos Custos Variáveis advém de uma relação entre uma unidade de tempo (ex.: mês), o volume de atividade (ex.: produção, projetos e etc) e o valor total de Custo de um item nessa unidade de tempo (MARTINS, 2018). No caso dos Custos Variáveis, entende-se que são aqueles (valor) que variam dentro de um período, como o mês (tempo), conforme a variação da produção nesse mesmo mês (atividade/período). Esse tipo de Custo pode ser visualizado em exemplos como: Matérias Primas e qualquer outro Material Direto consumido pelos Produtos; serviços horários de Projetos; dentre outros. Já no caso dos Custos Fixos, de determinado período, por serem Custos atrelados à estrutura (da parte principal do negócio), não sofrem variação em decorrência da variação da produção do mesmo período, contrariamente aos Variáveis. 

Como exemplo de Custo Fixo, pode ser apontado o aluguel de um prédio fabril, a Depreciação das Máquinas, as Licenças de softwares da área fabril, dentre outros. Os Custos Fixos existem para dar condições estruturais para uma área produtiva ou uma área de prestação de serviço entrar em operação, nada tendo a ver com a variação da atividade (volume de produção ou de serviço). Assim, a classificação de Fixos e Variáveis tem relação com a unidade de tempo e com a produção em geral (atividade) e não necessariamente com o produto ou serviço individualmente.

A classificação de Custos Fixos e Variáveis carrega consigo uma grande riqueza contributiva, na medida em que possibilita que os gestores desenvolvam consistentes análises técnicas. Alguns pontos que podem ser expostos como herança do entendimento destas classificações são: perceber a contribuição de valor que cada produto deixa para a empresa pagar os gastos Fixos e gerar Lucro; estabelecer o volume das vendas em que a empresa consegue pagar seus Custos e Despesas Fixos; calcular uma Tabela de Preço; e outros.

Por outro lado, a classificação que separa os Custos Diretos dos Custos Indiretos provém da capacidade de haver ou não uma apropriação objetiva do valor de custo (usando uma unidade de medida) aos produtos ou serviços. As Matérias Primas usadas para fabricar uma unidade de cada Produto, por terem fácil identificação de consumo (por unidade de medida) para cada unidade do produto, é um exemplo clássico de Custos Diretos. Diferentemente, existem custos com extrema dificuldade de associação do seu consumo a cada unidade fabricada do produto, como é o caso, por exemplo, de: estocagem de materiais; lubrificantes de máquinas; PCP; gestão da produção; depreciação e outros. Estes custos que precisam de Rateios (arbitrárias associações e distribuições) para se conseguir alocar tais valores aos produtos são os Custos Indiretos. A classificação de Diretos e Indiretos não se relaciona à produção como um todo e nem aos departamentos, mas a cada produto ou serviço individualmente e ela é exclusiva para os Custos, não sendo aplicável às Despesas (MARTINS, 2018).

O entendimento da natureza dos Custos Indiretos, onde estão incluídos os Fixos, é fundamental para a base da compreensão do motivo pelo qual se necessita de Rateios. Ratear pode ser entendido como a distribuição de um valor para colocá-lo em um objeto de custo, usando como base um critério com maior ou menor grau de arbitrariedade. O Rateio é um mecanismo fundamental para o atendimento da adoção do Custeio por Absorção, o qual tem aplicação obrigatória no Brasil, pela NBC TG 16-R2 (2017) e pelo CPC 16-R1 (2009), alocando todos os Custos aos estoques de produtos ou aos serviços, incluindo inclusive os Custos Indiretos e Custos Fixos.

Face ao exposto, fica esclarecida a importância do entendimento das acepções de Custos. Verifica-se um entrelaçamento de termos como os Diretos e Variáveis, assim como os Indiretos e Fixos, que, apesar de fluírem para rumos parecidos, mas nem sempre podem ser colocados em um mesmo pacote. Essas nuances terminológicas precisam de cuidado para evitar que se caia em armadilhas decisórias. No entanto, usando-as de maneira adequada elas podem ajudar a gerar uma excelência no controle e nas tomadas de decisão do negócio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 18 Jul. 2022.

MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2018.

NBC TG 16 (R2) – Estoques. Conselho Federal de Contabilidade, 2017. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTG16(R2).pdf. Acesso em: 18 Jul. 2022.

Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques. Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 2009. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/243_CPC_16_R1_rev%2013.pdf. Acesso em: 18 Jul. 2022.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.

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