Eu me demito! – Por Lise Aguiar

*Coluna por Lise Aguiar, 01/07/2022

As mudanças na forma de trabalho advindas da pandemia e ainda presentes em nosso dia a dia trouxeram uma grande reflexão aos profissionais de mercado e para alguns, o sentimento de insatisfação que estava adormecido foi fortemente ativado, gerando uma grande onda de demissões.

Além das mudanças no trabalho, diversos profissionais foram acometidos de doenças psicossomáticas como a ansiedade e depressão e, devido a esse cenário, a saúde mental, a busca pela qualidade de vida, realização profissional começaram a ser requisitos cada vez mais questionados pelas pessoas.

Este cenário acabou explodindo em 2021 nos Estados Unidos, como um fenômeno de demissão voluntária em massa e que vem ganhando proporção em outros países contemplando como principais motivos para os desligamentos as reflexões e questionamentos que o período de isolamento gerou além dos impactos do trabalho na vida das pessoas.

Com o novo formato de trabalho remoto, devido ao isolamento social, podemos considerar que uma grande parcela de profissionais não conseguiu se adaptar bem à dinâmica dessa atuação e, de uma forma geral, o home office trouxe ganhos em relação à flexibilidade e qualidade de vida, além de evitar perder tempo com deslocamentos entre casa e trabalho.

Com isso, muitos profissionais perceberam que poderiam aproveitar mais o seu tempo fazendo outras atividades, desde passar mais tempo com a sua família, como investir em novos conhecimentos ou cuidar da saúde física, gerando maior flexibilidade e melhor adequação ao seu ritmo de trabalho.

Aqueles que já traziam um sentimento de insatisfação para com as suas atividades ou ambiente de trabalho, essa reflexão serviu como motivador para uma imensa onda de pedidos de demissão, que ainda está em curso.

 No Brasil, a taxa de desemprego atual ainda revela um movimento de um grande volume de demissões que já representam uma rotatividade de 15% dos empregos de carteira assinada.

 Percebe-se então que, quando não há preocupação em incentivar o autoconhecimento e uma atuação de comportamentos adequados às funções, os colaboradores correm riscos maiores de acabar exercendo cargos que consomem muito sua energia, tornando-os menos produtivos, gerando uma insatisfação em suas atividades laborais.

Todo esse movimento deve gerar uma grande reflexão por parte das lideranças nas organizações, visando repensar suas posturas e que possam adotar medidas capazes de aumentar a retenção de talentos. Afinal, é importante não apenas diminuir a taxa de rotatividade, como também entender quais colaboradores têm mais chances de pedir desligamento e por que, para, então, prevenir a causa.

Flexibilidade, salários e benefícios competitivos, foco no bem-estar, adequação comportamental às atividades laborais são formas de gerar uma maior satisfação das equipes, além de investir em medidas de retenção de talentos é fundamental para evitar essa onda de “Eu me demito!” que esses últimos anos trouxeram para as organizações gerando alto impacto em sua rentabilidade, produtividade e resultado, afinal, o grande ativo das organizações são as pessoas!

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB

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