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Desperdícios de materiais do processo Operacional: o óbvio pode se tornar invisível – Por Carlos Barbosa

*Coluna por Carlos Barbosa, 21/06/2022

Acompanhar os números gerados em um negócio é uma prática básica para quem deseja gerir uma empresa. É costumeiro checar a evolução das Vendas, das Produções, dos Gastos, dos Lucros, e de muitos outros indicadores de desempenho que sejam relevantes operacionalmente e financeiramente para o negócio. Porém, não raro, se observa dados importantes serem menos estudados e se tornarem assim perdas de oportunidades financeiras pela presunção de serem ou números médios definidos pela natureza do negócio ou apenas números de menor relevância. Esse pode ser o caso dos Desperdícios de materiais do processo Operacional.

Segundo o entendimento da Consultoria Tributária da SEFAZ/SP à Consulta nº 808/2001:

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[…] desperdícios, resíduos e sucatas são aqueles provenientes da fabricação ou do acabamento do produto e apresentam-se geralmente em forma de aparas, limalhas e pedaços (restos ou desperdícios), como também as obras (mercadorias ou bens) inservíveis que não possam mais exercer as finalidades para que foram feitos (obsolescência), cujo valor econômico reside na quantidade do material nelas contido e não em sua forma ou finalidade de utilização.

Por outro lado, analisando a obra de Eliseu Martins (2018), essa terminologia de Desperdício pode ser encontrada sob outro conjunto de palavras: Perdas (de materiais), Sucatas e Subprodutos. Estas três palavras podem representar os desperdícios de materiais, seja durante o Consumo para o processo produtivo, seja por motivos involuntários a esse processo. As Perdas são desperdícios não recuperáveis que podem ser previsíveis ou não previsíveis (involuntários). Já as Sucatas e Subprodutos são desperdícios com certa recuperação através da venda, mas de pouca representatividade em relação à Receita Total. As Sucatas têm venda esporádica e valor imprevisível. Os Subprodutos são gerados no processo produtivo e possuem mercado ativo (vendas estáveis), assim como preços bem definidos.

Independentemente da origem conceitual, dos motivos e até mesmo de certas diferenças nos registros Contábeis, o que todos querem expressar é o quanto do insumo produtivo não chegou a se transformar em produto acabado e nem estará mais suscetível a isso. Rotineiramente, observa-se a geração destes itens “desperdiçados” nos processos operacionais de toda empresa, seja industrial ou comercial.

Apesar destes desperdícios serem uma ocorrência natural da cadeia dos processos operacionais, isso não quer dizer que eles não possam ser estudados, revisados e questionados. É fundamental haver uma checagem comparativa dos níveis gerados destes desperdícios em empresas do mesmo porte e do mesmo ramo. Caso se verifique que os níveis gerados internamente são maiores do que os de mercado, isso por si só já trará uma boa oportunidade de otimização, a partir do gatilho para se desenvolver análises do que pode estar sendo deficiente na empresa em questão.

É fato que qualquer processo pode estar sujeito a otimizações, seja por incoerência lógica, falha numérica ou inadequação física. Corrigir tais incongruências já seria suficiente para trazer benefícios financeiros para o negócio. Além disso, buscar observar um processo ou apenas uma parte dele sob novo ângulo, e a partir disso gerar valor, é a base da inovação e essa é uma forte tendência na atualidade. Estar atento a novidades tecnológicas também ajuda a trazer, no mínimo, ideias para a otimização dos processos. Todas estas ações devem ser analisadas sob a lógica do custo x benefício do negócio, de forma a não se tornar um problema ainda maior no futuro.

A Produtividade de uma empresa industrial deve sempre ter como premissa a otimização da relação entre a Produção e o Consumo. Porém, é costumeiro encontrar nos números deste Consumo uma certa “gordura” que poderia ser evitada. Esta má gestão do Consumo acaba por gerar estes desperdícios pautados. Em alguns casos, estes desperdícios podem estar ocultando subtração de insumos e por consequência, “maquiando” saldos de estoque. Esse tipo de manobra deverá ser melhor fiscalizada através do projeto fiscal denominado de Bloco K, criado com o intuito de automatizar a coleta das movimentações de estoque, tanto as relacionadas aos documentos fiscais quanto as relacionadas aos processos internos, como os processos produtivos.

Diante de todo o explanado, fica evidente a necessidade de atenção aos desperdícios e, para isso, demanda-se constante revisão de processo dos negócios. É somente através desta incessante busca do melhor benefício e perfeição do processo que se alcançarão grandes insights para uma melhoria contínua. Seja desperdício, resíduo, sucata, perda ou subproduto, independentemente do nome que receberem, se o empresário não der a devida atenção ao mecanismo de geração e à representatividade destes itens, certamente nascerá uma via invisível que os drenará para fora das suas finalidades originais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FRONTINI, A. S. Resposta à Consulta nº 808/2001 – Consultoria Tributária da SEFAZ/SP. São Paulo, dez de 1992. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=267452. Acesso em: 20 jun. 2022.

MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2018.

 

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.

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