*Coluna de Jackson Pereira Jr. – 15/06/22
Dados do Sebrae mostraram que 60% dos pequenos negócios que buscaram empréstimo tiveram o crédito negado em 2020. Em contrapartida, os empreendedores foram responsáveis por 70% das vagas de trabalho criadas em 2021 e representam quase 30% do PIB. Mesmo com sua importância, historicamente, as PMEs não são prioridade para os grandes bancos e instituições financeiras em termos de crédito. Quando se fala do setor de tech, o gap é ainda maior uma vez que as empresas da nova economia não costumam possuir ativos físicos como garantia para lastrear a operação de crédito. No entanto, o cenário de crédito B2B no Brasil e América Latina vem ficando ainda mais desafiador.
“O mercado privado vem fechando a torneira de crédito para empresas há alguns meses, então nós estamos vendo, em particular no Brasil, uma estabilidade e até um aumento de crédito para pessoas físicas e, em contrapartida, uma redução do crédito para pessoas jurídicas. Especialmente para os pequenos negócios, que costumam ter um risco maior de performance e poucas garantias”, explica Hugo Mathecowitsch, CEO e cofundador da a55, fintech presente no Brasil e México especializada em crédito para empresas de tecnologia e receita recorrente.
Segundo o executivo, o aumento dos juros, da taxa soberana, no mundo inteiro e de forma ainda mais agressiva no Brasil tem criado mais restrições de liquidez e o mercado está ainda mais seletivo, especialmente com os empreendedores. “O objetivo é seguir operando para potencializar o empreendedorismo, no entanto, com ainda mais cautela”, explicou o empreendedor à coluna.
Para Mathecowitsch, o movimento ainda não é muito violento, mas há uma redução do crédito, da liquidez disponível somado à tentativa de controlar a inflação e esses fatores têm repercussões diretas no crédito B2B, que devem se estender por mais alguns meses no Brasil e na América Latina.
A a55 já originou mais de R$ 400 milhões em crédito, potencializou mais de 1 mil negócios e conta com mais de 14 mil empreendedores cadastrados em sua plataforma.
Câmara Setorial
No Ceará, o Sistema Fecomércio, por iniciativa do presidente licenciado, Luiz Gastão Bittencourt, estará instalando nos próximos dias uma Câmara Setorial de Serviços Financeiros para debater assuntos ligados ao setor como forma de criar formas de melhor acesso ao crédito pelos empresas do comércio, trabalhar a capacitação dos profissionais e discutir demais temas relacionados à tributação etc…
A Câmara deverá ter a ampla participação de empresas dos diversos ramos ligados aos serviços financeiros, como: Bancos, Fintechs, Gestoras de Ativos, Securitizadoras, Empresas Simples de Crédito, Fundos de Recebível e afins.
Para presidir o novo colegiado, o atual presidente, Cid Alves, deverá indicar um nome de liderança do setor financeiro para tocar o importante projeto.
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