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Como organizar a família dentro da empresa – Por Aleteia Lopes

Especialista em gestão de empresas familiares

*Coluna por Aletéia Lopes, 13/06/2022

Um dos grandes desafios para as empresas familiares é profissionalizar a relação da família com a empresa e isso é necessário por vários motivos: primeiramente é preciso saber trabalhar o paradoxo família e empresa, e ao mesmo tempo entender que nem todo herdeiro será sucessor do negócio, ou seja a forma de vinculação dos membros familiares com a empresa ocorrerá de formas diferentes; além disso toda organização precisa de regras, a empresa com seu estatuto e regimento, a sociedade com o acordo de sócios e família precisa definir seu protocolo familiar.

Portanto, profissionalizar as empresas familiares requer a implantação da governança nas três esferas: governança corporativa no negócio, governança jurídica na sociedade e governança familiar na esfera da família.

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O primeiro passo para organizar a família dentro da empresa é ter bem definido a arquitetura organizacional da empresa, onde os executivos familiares devem possuir funções estruturadas com o desenho do seu cargo, contendo limites e fronteiras com direitos e deveres. Além disso é preciso ter um modelo de gestão bem-organizado contendo fóruns destinados a cada tipo de assunto.

Independente do porte da empresa familiar, é preciso estruturar um Conselho consultivo como uma forma de buscar boas práticas de governança. O Conselho será o espaço destinado a discutir os assuntos mais estratégicos da empresa com análises mais profundas dos resultados. No entanto, para isso é importante a contratação de um conselheiro externo que atuará como uma espécie de mentor, ajudando a trazer neutralidade para as discussões com uma visão mais ampla de mercado que promova questionamentos estratégicos para uma boa tomada de decisão. O conselho consultivo vai ajudando a dar mais formalidade nas discussões, auxiliando a família empresária a ter mais segurança na tomada de decisões.

Porém existe um grande desafio para as famílias empresárias que buscam a profissionalização de suas relações, que é sua mudança de “mindset” (mentalidade), ou seja a partir da organização e estruturação do conselho, os membros familiares precisam estar dispostos a ouvir, inclusive posições contrárias, precisam estar preparados para discutir assuntos delicados sem levar o tema para o lado pessoal da questão e precisam estar abertos para possíveis mudanças que podem ser extremamente estratégica para o negócio, mas difíceis de executar devido a uma possível postura centralizadora e autoritária que possa existir em alguns membros da família empresária que por muito tempo atuaram sozinhos, como verdadeiros “super-homem” solitários.

É importante também a definição de um plano estratégico da família, com a construção do Protocolo Familiar que é um código de ética da família que organiza aspectos intangíveis das relações familiares, contendo inclusive aspectos sobre a preparação e formas de introdução das novas gerações nos negócios.

É preciso desmistificar a ideia de que estruturar a governança é só para empresas grandes e de capital aberto. Na verdade, empresas familiares de capital fechado e de menor porte é que precisam de mais organização para sobreviver em um cenário de mercado tão competitivo e desafiador. Por isso, é importante adequar esses instrumentos de governança a cada realidade, usando-os como aliado na solução de possíveis conflitos, através do alinhamento das intenções e necessidades individuais com a realidade dos cenários internos e externas da empresa.

Portanto, profissionalizar e organizar as relações da família com a empresa requer uma postura diferente na construção da confiança, onde a implantação da governança torna-se um modelo extremamente viável na busca dos resultados tangíveis; onde sua perenidade está intimamente ligada ao compartilhamento e a geração de valores dentro de uma estrutura formalizada com ajuda de profissionais de mercado que atuam como mentores e conselheiros externos.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.

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