A pandemia do coronavírus catalisou transformações significativas no mercado de trabalho. Durante o isolamento, muitos trabalhadores adotaram o regime remoto, mudança essa que ganhou força com a entrada da geração Z no mercado, trazendo novas concepções sobre a vida profissional.
Visão da Geração Z sobre o Trabalho
“A geração Z busca trabalho com propósito, rejeitando a rotina tradicional de ‘bater cartão'”, explicou o professor Sólon de Almeida Cunha, durante encontro do Conselho Superior de Relações do Trabalho (Cort) da Fiesp. A advogada Fabíola Cavalcanti reforça que, para eles, a cultura do bem-estar é primordial.
Desafios para o Direito Trabalhista
A pandemia revelou que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não atende mais plenamente as demandas atuais, segundo Cavalcanti. “Precisamos reinventar a proteção aos trabalhadores”, defendeu. Almeida Cunha salientou que 76 milhões de pessoas estão fora do mercado formal, evidenciando a necessidade de adaptação das leis.
Empreendedorismo em Alta
Luciana Tornovsky, do Demarest Advogados, destacou o crescimento do empreendedorismo no Brasil, impulsionado pela crise sanitária. Em 2020, o país registrou um recorde de microempreendedores individuais, com mulheres e pessoas negras à frente dessa tendência. A vertente digital, especialmente, tem visto um boom, com a tecnologia e inovação sendo chave para o futuro do trabalho.
Uma Revolução Silenciosa
As mudanças trazidas pela geração Z e agravadas pela pandemia representam uma “revolução silenciosa”, desafiando as estruturas trabalhistas existentes e abrindo caminho para uma legislação mais flexível. A busca por trabalho significativo, juntamente com o aumento do empreendedorismo, sinaliza uma transformação profunda no mercado de trabalho, onde inovação e tecnologia são essenciais.
Essa transição destaca a necessidade de uma legislação trabalhista adaptativa que possa acomodar as novas formas de trabalho e incentivar o desenvolvimento econômico, mantendo o Brasil competitivo na era digital.