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Onde você estacionou seus sonhos? – Por Marcos Hirano

*Coluna por Marcos Hirano, 03/05/2022

Dia desses, eu observava crianças brincando no chão, no condomínio onde moro. Não estavam ao celular. Brincavam com carrinhos e pistas plásticas. Uma delas, um menino de 4 anos, criou uma estrutura que me pareceu um estacionamento. Sua pouca idade não o permitiu pronunciar o termo corretamente… ou, talvez, exatamente pela pouca idade, ele tenha dado o nome mais perfeito ao que havia criado: ele chamava sua obra de estasonhamento. Fiquei viajando naquela palavra, naquela idade, onde estacionamos nossos sonhos, esquecidos, e partimos para a vida…

Essa história foi captada e compartilhada por meu amigo Silvio Ramos, de quem já falei há algumas semanas (vide Criatividade: dom ou competência?). Sua sensibilidade em perceber a sutileza daquele momento bateu forte em mim, tendo provocado uma reflexão profunda sobre o tema.

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E coincidentemente (ou não), no último Boteco Plural, um bate papo livre que acontece semanalmente numa sala virtual online da Futuros Plurais, comunidade de estudos futuros, sobre a qual também já falei antes, rolou um debate muito interessante sobre imaginação e criatividade, puxado por Marcelo Fernandes, coautor do livro Fator Leonardo: Ação criativa mais primordial, recém-chegado ao grupo.

O poder da imaginação
Nosso cérebro tem uma capacidade incrível de criar. O desenvolvimento e preservação da espécie humana se deu graças à capacidade de imaginar e de criar. A imaginação possibilitou entre outras coisas, que os humanos criassem estórias que o permitiram transmitir informações, conhecimentos e experiências, narrativas que nos fortalece coletivamente até hoje.

Em seu livro, Marcelo Fernandes compartilha seus estudos sobre criatividade. Ele parte do princípio de que a imaginação precisa ter uma base concreta, de experiências vivenciadas, para que a capacidade criativa floresça. Entendo que essa bagagem prévia pode tanto ser de experiências próprias ou também de terceiros, percebidas por meio de algum tipo de imersão como por exemplo por meio da arte, em filmes, livros, desenhos de animação, ou tendo escutado de outras pessoas. Não à toa, essa capacidade de transmitir estórias, construir narrativas, é tão valorizada, estudada e praticada, nessa era da informação.

Reforço também alguns aspectos importantes, que já abordei em textos recentes, relacionados ao autoconhecimento e à empatia, que acredito contribuírem para o processo criativo e de imaginação.

Ócio criativo
Como já compartilhei anteriormente, a criatividade não advém de um dom sobrenatural, que ilumina a mente e traz ideias surgidas do nada. A visão do momento eureca, tão mistificada, depende mais de foco, concentração e tranquilidade para que o cérebro fique mais relaxado – o tal do ócio criativo – para que possa entrar num flow criativo.

Não sei se acontece com você, mas já teve a experiência de ter novas ideias enquanto toma banho? Li certa vez que isso acontece, pois o box do banho oferece pouco estímulo visual e então o processamento cerebral fica mais livre. Isto acontece, pois o sentido que ocupa mais capacidade cerebral é a visão. E com pouco estímulo visual, há mais chance de que outras capacidades possam ser estimuladas.

O livro Fator Leonardo, “é uma tentativa de se enxergar a finalidade de nossa criatividade, onde ela pode nos levar, trazendo o entendimento sobre a relação da criatividade e a imaginação, o instinto de invenção, os tipos de criatividade que temos, como se dá o movimento criativo, o que é o Encantamento, e que devemos não só buscar estímulos para a criatividades, mas viver nossa realidade criativa de forma mais autêntica.”, compartilhou Marcelo Fernandes.

Sobre sonhos
Voltando aos sonhos e à história do início desse artigo. Em nossa infância, temos naturalmente menos filtros mentais, que com o passar do tempo e o próprio amadurecimento das estruturas cerebrais, desenvolvemos medo, noção de relações sociais, senso de responsabilidade e, também por fatores culturais, vamos nos limitando e podando nossa capacidade de imaginar e criar.

A minha proposta com este artigo é de nos provocar, a mim inclusive, a exercitarmos nossa capacidade de imaginar e de criar, eliminando conscientemente nossos filtros, sem medos, vergonhas ou outros fatores que nos podam, nos censuram ou nos limitam.

A abordagem de design, procura trabalhar momentos específicos para se expandir a visão e as ideias, sem nos restringir ou nos autocensurarmos, evitando bloquear nossa mente criativa e imaginativa. Trata-se de uma nova forma de pensar e de enxergar o mundo, num conceito amplo, isto é, de como as coisas são organizadas, pensando em desenvolver soluções que de fato resolvem questões, dores, necessidades, de pessoas para pessoas. As tecnologias devem ser ferramentas que viabilizam, potencializam e aceleram essas soluções.

Mas podemos ir além, como uma nova forma de encarar os desafios da vida. E nada melhor que fazermos isso juntos, coletivamente, para criarmos um mundo cada vez melhor para todos.

Vamos sonhar juntos?

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.

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