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Estratégia, cultura e cafés da manhã – Por Marcos Hirano

*Coluna por Marcos Hirano, 14/03/2022

“A Cultura come a estratégia no café da manhã”. A sábia e famosa frase de Peter Drucker merece reflexão frequente e ser um mantra para executivos, gestores, líderes, empresários e empreendedores que querem levar suas iniciativas e organizações para outro nível.

Isso não significa que estratégia não seja importante. O que Peter Drucker nos alerta é para o fato de que métodos e ferramentas não são mais importantes que a cultura, valores e princípios de uma organização. Mas não aquela que se declara, e sim aquela que é praticada no dia a dia, na vida real nos corredores e ambientes das organizações.

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Mais velho que andar para a frente

Desde descobertas das espécies mais primitivas de humanos, usando a pedra lascada como ferramenta, até os dias de hoje, lá se foram milhões de anos. Todas as invenções e descobertas podem ser consideradas Tecnologia. Claro que com o passar do tempo, como já abordamos em “Alfabetização para Futuros. Quem precisa disso?”, as evoluções tecnológicas foram ganhando mais sofisticação, numa escala exponencial. Saímos de caçadores e coletores nômades, para tribos fixadas em territórios com o desenvolvimento da agricultura e estamos vivenciando a Revolução Cognitiva, com avanços surpreendentes em várias áreas de conhecimento.

Um nome conhecido entre quem se interessa pelo assunto de Futuros é Tiago Mattos, que tem uma definição bastante interessante: “Tecnologia é tudo aquilo que surgiu depois que nascemos”. Isto é, para quem nasceu antes dos anos 80, computador é tecnologia. Para as novas gerações, que nasceram conectadas, é apenas o mundo normal.

Bem, considerando que tecnologia tem tudo a ver com inovação, podemos concluir que inovação é um assunto tão antigo quanto a própria humanidade.

Camarão que dorme a onda leva

A realidade é cruel e a meta da concorrência é alcançar (e se possível superar) os líderes para não ficar pra trás. Sobretudo com a transformação digital e o desenvolvimento das organizações exponenciais (ExO), que surgem “da noite para o dia” e podem dominar todo um segmento de mercado em pouco tempo, não se pode mais dormir no ponto. Há alguns casos famosos de gigantes que subestimaram inovações e hoje são apenas história.

A Inovação passou então a exercer papel fundamental na estratégia de diferenciação e até mesmo de sobrevivência, sendo tema frequente até em conversas de boteco. Não à toa, há uma vasta oferta de cursos, livros, vídeos, artigos, eventos e festivais sobre o tema em todo o mundo, com alternativas para todos os gostos e bolsos. Muitas organizações têm criado departamentos de inovação, com a missão de desenvolver soluções para todos os tipos de problema. Iniciativas de inovação aberta também tem começado a se tornar mais comuns e a prática da inovação pode trazer inúmeras alternativas de solução para problemas de diferentes origens.

Mas como é de se esperar, há grandes desafios.

Barreiras para a inovação

As organizações são como o corpo humano, que busca estabilidade. Quando tudo está em equilíbrio, as partes funcionam bem e tudo flui normalmente. Mas quando há algum corpo estranho, uma tropa de defesa é ativada e o inimigo é combatido, para retornar à normalidade. Quando falamos de empresas e organizações, os agentes de inovação são em geral o corpo estranho, que causam o “desequilíbrio” e os setores e mesmo lideranças se unem para eliminar o alienígena, agindo muitas vezes como sabotadores das mudanças.

No artigo “O ciclo vicioso da empresa familiar” da coluna Empresa Familiar, Aletéia Lopes traz a cultura familiar, com o que ela chama de “lei familiar”, que se sobrepõe a qualquer desejo de mudanças por parte dos executivos familiares, prejudicando a continuidade dos negócios e até as relações familiares.

Alguns outros motivos relativamente comuns são colocados à mesa em culturas empresariais, como os exemplos abaixo, tirados do livro 10 Tipos de Inovação, que você pode já ter ouvido ou pensado de maneira parecida em algum momento:

  • “Somos exageradamente focados para dentro. Olhamos para tudo através das lentes de nossa organização, sempre”
  • “Conhecemos nosso setor melhor do que qualquer outra organização. Sabemos quais são os principais problemas – e conhecemos as respostas”
  • “Nossa cultura é muito avessa ao risco e contra avanços de ruptura.”
  • “Não sabemos ser criativos ou produtivos. Apenas analíticos e avaliativos.”
  • “Achamos difícil levar uma ideia de sua fase conceitual ao lançamento de mercado.”
  • “A Inovação é mais fácil nas pequenas empresas ou startups.”

Para responder a esses dilemas, o papel das lideranças é essencial não só na condução da organização, por meio do estímulo a atitudes, comportamentos e hábitos, mas também na prática, dando o exemplo.

Celebrando o erro

Muitos de nós fomos ensinados desde cedo de que temos que evitar ao máximo o erro, pois errar significa muitas vezes falhar, fracassar e denota incompetência, fraqueza. Esse é um mito, que em geral prejudica a autoestima e dificulta o desenvolvimento das pessoas que agem dessa maneira. E quando esse comportamento se reflete na cultura empresarial, a coisa se complica ainda mais, gerando muitas vezes reações e comportamentos do medo de errar, que escondem problemas e sabotam o futuro dessas organizações.

Erros precisam ser considerados oportunidades de melhoria e de crescimento

Ouvi de uma pessoa que já trabalhou no Google, que eles têm uma prática interessante: quando um certo tipo de bug é descoberto, há uma parada estratégica na empresa para “celebrar o erro”. Todos os projetos que de alguma maneira podem ser impactados por esta descoberta são convocados para uma festa e então compartilha-se o que foi detectado. Logo em seguida, todos retornam ao trabalho com a missão de investigar se há algum impacto ou erro semelhante em seus projetos, arquitetura e códigos, para que esse erro conhecido não prejudique outros sistemas.

Conhece algum outro tipo de prática incorporada em culturas empresariais que as prejudica ou empresas que perderam para a inovação? Compartilhe conosco aqui nos comentários.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do ENB.

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