A instabilidade do cenário geopolítico tem provocado grandes consequências no mercado de ações e nas balanças comerciais. A fabricante de massas secas e biscoitos M. Dias Branco, dona de marcas difundidas no Brasil, como Adria, Piraquê e Vitarella, é uma das empresas brasileiras que tem sofrido quedas bruscas nos valores das suas ações na B3 desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Isso porque a empresa genuinamente cearense é altamente dependente do preço das commodities agrícolas, principalmente do trigo. Ao todo, a M. Dias Branco já perdeu R$ 681 milhões em valor de mercado em apenas uma semana.
No dia 23 de fevereiro, um dia antes da invasão russa, a ação da empresa fechou em R$ 23,75, já bem abaixo da máxima dos últimos 12 meses (R$ 31,57). Nos últimos sete dias, no entanto, houve uma queda de R$ 8,5%.
O principal fator para o recuo é o receio dos investidores quanto ao impacto da guerra na linha de custos da empresa, já que a Rússia e a Ucrânia são grandes exportadores de grãos, respondendo por 31%, 29% e 19% do comércio global de cevada, trigo e milho, respectivamente.
Fundada em 1953, a M. Dias Branco S.A. Indústria e Comércio de Alimentos é uma empresa do setor de alimentos com ações negociadas no segmento do Novo Mercado na B3. Sua história começou ainda na década de 40, quando o comerciante e imigrante português Manuel Dias Branco inaugurou a Padaria Imperial, em Fortaleza (CE), expandindo sua atuação para todo o Brasil.
Detentora de marcas líderes, sendo as principais Vitarella, Piraquê, Adria, Fortaleza, Richester e Isabela, a Companhia produz e comercializa biscoitos, massas, farinhas e farelo de trigo, margarinas e gorduras vegetais, snacks, bolos, mistura para bolos, cobertos de chocolates e torradas. Sediada em Eusébio (CE), é líder de mercado em biscoitos e massas no Brasil.
Os bloqueios podem prejudicar ainda o mercado de soja devido aos efeitos em cascata do papel fundamental que a Ucrânia e a Rússia desempenham no comércio de óleo de girassol (60% e 78% do produção e exportações globais) que podem fazer com que a demanda mude para óleos comestíveis concorrentes, como palma e soja.
Fonte: BNews