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Um Olhar Sobre as Profissões com Ricardo Lotif Araújo – Presidente do Crefito Ceará

O entrevistado desta semana do “Um Olhar Sobre as Profissões” é Ricardo Lotif Araújo, que é, por quatro mandados, presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) do estado do Ceará. Graduado em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza (2000), Ricardo Lotif possui Mestrado em Saúde Pública pela Universidade Estadual do Ceará (2005) e Especialização em Gestão dos Serviços de Saúde pela Escola de Saúde Pública do Ceará – ESP (2010). Na entrevista, ele fala sobre a sua atuação à Frente do Conselho e sobre os projetos para o futuro, já que seu mandato se encerra em abril.

Confira a entrevista:

ENB: Fale sobre a escolha da sua área profissional e sobre a sua trajetória como fisioterapeuta.

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RL: Eu sou do interior, de Irauçuba (CE), e desde que eu me entendo como gente, eu sempre gostei de ajudar as pessoas e, naturalmente, quando eu vim estudar e Fortaleza, aos 15 anos, eu já tinha essa tendência e até os testes vocacionais apontavam para a área da saúde. Com relação à Fisioterapia, eu escolhi porque eu e meu pai sofremos um acidente quando estávamos indo para uma fazenda no Maranhão. Depois desse acidente, ele precisou fazer muita fisioterapia e tinha um primo dele que era um cara muito bom nisso. Eu perguntei que profissão era aquela ele me disse que era a profissão que cura muitas pessoas com as mãos.
Eu tinha nove anos nessa época e fiquei com aquilo na cabeça. Com os anos, surgiu uma oportunidade de prestar o vestibular na UNIFOR, era o único lugar que tinha o curso e eu fiz. A partir de então, eu trilhei o caminho do centro acadêmico, da militância estudantil, da pesquisa, da ciência, das bolsas de pesquisa, dos grupos de trabalho. Eu fazia atendimento na favela do trilho, quando ela estava sendo desapropriado, enfim, a gente fez muito trabalho em conjunto, tanto o centro acadêmico quanto como estudante.

Eu estava nas três áreas: pesquisa, academia e movimento estudantil, atuando na assistência, na gestão, no centro acadêmico e também na parte pública. Hoje, eu sou especialista em gestão de serviço da saúde pública e privada e sou também auditor de saúde pública e privada.

ENB: Atualmente, você é o presidente do Crefito Ceará. Relate sua trajetória à frente do Conselho e fale sobre essa experiência.

RL: A minha família é de gestores públicos. Eu sou a quarta geração, e antes de mim tiveram meu pai, meu avô, meu tio, que fundou o meu município. Além disso, somos gestores sérios, probos, sem problemas com Tribunais de Contas de União, gestores públicos que têm sua vida empresarial, que têm sua carreira e seu nome a zelar.

Eu estou há quatro mandatos à frente do Crefito Ceará. Quando eu entrei, o Conselho englobava Ceará e Piauí. Na minha gestão, separei os estados e o Crefito Ceará se tornou o primeiro conselho de só um estado, com o apoio do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia ocupacional (Coffito) e por meio de uma grande luta, o que eu considero um grande feito, que acho importante ser ressaltado. Os conselhos são regionais, são quatro, cinco, seis, sete, oito estados na nossa profissão. E o nosso aqui do Ceará ele é totalmente individual.

E outra coisa nós estamos recebendo agora duas subsedes do interior, no Cariri e Sobral (vou entregar meu mandato com chave de ouro, com inaugurações), dois carros novos, uma frota de seis carros (essa frota foi toda adquirida nas minhas gestões). Hoje nós temos duas sedes novas, duas sedes antigas, uma reformada, a outra que está emprestada ao sindicato.

A gente tem uma trajetória de gestão pública sem nenhuma conta desaprovada, sem nenhuma conta aprovada com ressalva. É um orgulho estar trabalhando pelo poder público de forma pública, pra população, através de um conselho pra ajudar a população e conseguir sair como eu estou saindo depois 16 anos. Entrei limpo e estou saindo transparente e feliz; e ficaria orgulhoso e realizado se conseguir eleger meu grupo.

ENB: Quais as maiores contribuições que os seus quatro mandatos levaram ao Crefito Ceará?

RL: As maiores contribuições que eu considero foi ter aparelhado toda a fiscalização. Fiz o primeiro concurso público do Conselho para fiscais e para funcionários. Esses fiscais ganharam cada um o seu carro, são fiscais da fisioterapia, terapia ocupacional. Depois de tudo isso, aumentamos a aproximação com o profissional, inclusive com o único conselho que tem o telefone do presidente no site e em qualquer material veiculado do conselho é o nosso. Fomos o primeiro do Brasil que inventou isso e isso me rendeu muitos frutos e aproximações, tanto é que eu consegui fazer várias reeleições consecutivas. O Conselho hoje é um órgão que faz parte de 12 entidades que participam de movimentos sociais.

A gente conseguiu ampliar a capacidade do Conselho, informatizá-lo, implantar ouvidoria, inclusive com o sistema da Rede Participar Brasil de Tecnologia, implantar um portal, implantar um app de busca do profissional mais próximo, por georreferenciamento. Conseguimos ser referência nacional pra muitos casos.

Nós compramos um trailer e fazemos trabalho social na Praça do Ferreira. A gente atende em torno de mil pessoas com duzentos profissionais, faculdades e instituições de ensino superior em 11 tendas, realizando atendimentos à população. Hoje, temos representação política, com três vereadores na Câmara Municipal de Fortaleza, dois deputados estaduais e já tivemos deputados federais nos representando.

Fizemos também o Crefito na Estrada, onde levamos atendimento gratuito com o trailer em todo o estado do Ceará, nas maiores cidades e centros, que não tinham subsede. Isso gerou muitos frutos fiscalizatórios e adequação profissional, nos deixando em destaque em todo o Brasil. Travamos, por 12 anos, a luta para abrir o curso de Terapia Ocupacional na Universidade do Estado do Ceará (UECE) e também foi a entrada de Fisioterapia e Terapia Ocupacional no Simples Nacional, que lutei por 5 anos para isso acontecer. Outro destaque dos últimos anos foi a batalha contra o Ato Médico.

Outra coisa muito importante que nós fizemos foi conseguir vacinar todos os colegas da fisioterapia e terapia ocupacional que estavam trabalhando. Fomos um dos primeiros estados que concluiu toda essa vacinação, porque lutamos muito para isso dar certo. A prefeitura, o estado, a promotoria, todos os juízes e promotores que a gente se relaciona e que a gente trabalha nos contemplaram, nos ajudaram e nos deram esse protagonismo social tanto para fiscalizar (esse ano a gente fiscalizou 100% dos hospitais, 100% das UPAs, 100% das UTIs, inseriu fisioterapia e terapia ocupacional em todos os âmbitos). Foram grandes valorizações e foi um ano que me deixou muito realizado, apesar da pandemia, onde a gente conseguiu que o governador mantivesse aberto com os fisioterapeutas as 26 UTIs que foram inauguradas nos 22 municípios do estado do Ceará.

ENB: Qual o principal papel do Crefito Ceará e quais os benefícios ele traz para os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais?

RL: Profissionalmente falando, nos últimos tempos, a gente pode dizer que a envergadura do Conselho cresceu demais enquanto credibilidade. O conselho hoje é um Conselho que parece rico, mas é um Conselho pobre, um conselho pequeno de 11 mil profissionais, mas que atua tão bem e com uma parceria muito grande com várias instituições, como o Corpo de Bombeiros, por exemplo.

Em muitas situações, atuamos em parceria com o Corpo de Bombeiros, mostrando nossa situação em momentos pontuais aqui em Fortaleza. São trabalhos sociais muitos grandes e hoje atuamos junto a vários órgãos públicos mostrando o que há de melhor na profissão.

Eu sempre fui uma pessoa que foquei nas pessoas mais carentes, nos pobres e quem precisava de atendimento com qualidade no SUS. Nosso trabalho é mostrar o atendimento melhor da terapia ocupacional, da fisioterapia, além de fiscalizar e mostrar o que precisa ser melhorado. É esse o papel do conselho, esse foi meu papel durante muitos anos.

ENB: Você é um profissional experiente. Qual conselho você dá para os novos fisioterapeutas que estão iniciando no mercado de trabalho?

RL: Como profissional que tem 22 anos de formação, professor universitário, professor de pós-graduação e consultor de saúde pública, o conselho que eu dou para os colegas é irem pra vertente acadêmica, se eles conseguirem ter esse perfil. Fazer mestrado, doutorado, pós-doutorado, pois eu tenho alunos doutores morando fora do país que estão super bem sucedidos (alguns voltaram pra cá também e são professores universitários). O meu recado é: cresçam academicamente, sejam cientistas, mais do que apenas profissionais atuando na ponta da assistência, façam pesquisa, façam ciência, mestrado, doutorado, porque isso abre um leque de futuro enorme.

ENB: Quais as maiores conquistas profissionais que você teve nos últimos anos?

Estou encerrando um ciclo de 18 anos de muito trabalho e esse ciclo se encerra com um livro, que foi lançado dois anos atrás. 2021 foi um ano de muita empregabilidade, de muito trabalho, mas de muita realização. Fico muito feliz em conseguir proporcionar à população um atendimento do SUS de qualidade, com profissionais que precisam e que, muitas vezes, nem sabem que precisam, como um terapeuta ocupacional na saúde mental, um fisioterapeuta na UTI, que são fundamentais nessa pandemia.
Agora estou saindo bem, graças a Deus realizado, com tudo organizado, conta superavitária e feliz da vida com relação a tudo isso. Temos uma grande aprovação, uma das maiores aprovações até hoje de presidente de conselho. Estou feliz porque estou realizando meus sonhos através dos sonhos dos meus colegas e estou ajudando a população também.

Atualmente, sou do Conselho Nacional de Saúde, sou também do Conselho Federal de Fisioterapia como suplente, sou também da Federação de Entidades e Profissionais de Saúde do Brasil, sou membro do Conselho Editorial de Leitores do Jornal O Povo, sou pai, sou gestor de posto de saúde também. E assim tenho ajudado algumas entidades também e por isso me renderam vários prêmios. Por exemplo o de cidadão de Fortaleza em 2007, cidadão do Piauí, cidadão de Teresina, cidadão aracatiense.

EBN: Quais são os projetos profissionais para os próximos anos?

RL: Para os meus próximos anos eu pretendo militar na saúde pública como sempre milito. Estou no Conselho Nacional de Saúde, estou na atenção básica como gestor, estou professor também. Então, pretendo seguir essa minha carreira e, principalmente, concluir meu doutorado e concluir meu curso de Direito, que eu acho importante para a gestão. Com esses planos para o futuro, vou colaborando com o Conselho Federal, colaborando com a sociedade, colaborando com todos os meios de comunicação, servindo como fonte, servindo como ajuda pra referenciar o que há de melhor no estado do Ceará, que dá sempre o exemplo para o Brasil.

ENB: Como resumiria sua trajetória profissional em uma frase?

RL: O nome do meu livro é “Fé, Gestão e Trabalho”. Então, acredito muito nisso. Eu tenho muita credibilidade porque eu sou a 4ª geração de gestores que têm muita fé, que trabalham com gestão e que acreditam no trabalho. Eu acho que fé, gestão e trabalho resume a minha trajetória de vida, que dão resultados positivos e bons. Resultados que me levam a ter uma trajetória feliz enquanto profissional realizado, enquanto profissional de saúde enquanto pai, enquanto filho, enquanto membro da sociedade.

ENB: Gostaria de compartilhar alguma história interessante com os leitores do ENB?

RL: É um prazer fazer parte de um grupo tão qualificado, que é o ENB. Quem é da saúde fica fechado no mundo da saúde. A gente está ampliando esse mundo para a população entender que a saúde precisa e tem que ter gestores com know-how de gestão de uma forma geral. Não só que entendam de saúde mas que entendam de gestão.

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