As vendas de cimento em agosto seguiram a tendência de arrefecimento iniciada em maio, em linha com as previsões mais recentes do setor. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), esse desempenho deve-se principalmente pela desaceleração da comercialização destinada à autoconstrução.
Conforme demonstram os principais indicadores, as vendas de materiais de construção, particularmente do cimento, começaram a perder fôlego em virtude da menor renda da população, crescente endividamento das famílias – atingiu 58,5%, o maior valor de toda a série histórica iniciada em 2005 -, alto nível de desemprego, diminuição do auxílio emergencial e elevação das taxas de juros e inflação.
No entanto, a continuidade das obras e das vendas imobiliárias continuam sendo as principais razões e vetores de consumo do produto. Outro fator percebido, foi uma leve melhora na demanda do insumo pelas obras de infraestrutura.
O volume de vendas de cimento em agosto totalizou 5,9 milhões de toneladas, um crescimento de 1,1% em relação ao mesmo mês de 2020. O acumulado do ano (janeiro a agosto) registrou um total de 43,4 milhões de toneladas vendidas, aumento de 11,4% comparado ao mesmo período do ano passado. O desempenho da indústria até agosto registrou uma perda de 2 p.p. em relação a julho, reduzindo ganhos de 13,4% para 11,4%, ou seja, queda de 14,9%.
Ao se analisar a venda de cimento por dia útil em agosto, 244,3 mil toneladas, houve crescimento de 1,5% sobre julho deste ano e queda de 1 % em relação a agosto de 2020. A preocupação central do setor é com relação ao aumento generalizado dos custos de produção, principalmente energia térmica e elétrica e outros insumos taxados em dólar.