*Coluna Semanal – Por Domingo Cordovil – 14/04/21
O ano de 2020 foi positivo para o setor supermercadista, que acumulou alta real (deflacionada pelo IPCA/IBGE) de 9,36%, de janeiro a dezembro, em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), apurado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade. Dentre os fatores que impulsionaram esse crescimento, podemos ressaltar:
- Fechamento dos bares, restaurantes e eventos, que estimularam o consumo dentro do lar.
- Retomada de antigos hábitos como “faça você mesmo” e o resgate do “prazer em cozinhar”.
- Auxilio Emergencial que injetou 290 bilhões na economia.
- Busca por alimentos saudáveis, que favoreçam a saúde e a imunidade, e categorias de recompensa com maior valor agregado.
Nesse ano de 2021, a projeção permanece ainda bastante positiva para o setor supermercadista. A ABRAS projeta um crescimento de 4,5%, apesar do auxílio emergencial previsto ser de 43 bilhões, valor bastante inferior ao do ano anterior.
Pesquisa da Nielsen levantou como os Brasileiros pretendem gastar o auxílio Emergencial. Os maiores índices foram 82% informaram que pretendiam pagar dívidas e 76% iriam gastar com a compra de alimentos.
Com a pandemia ainda podemos observar mudanças no comportamento do consumidor nos supermercados, onde destacamos:
- Redução da frequência de compras.
- Baixa do número de clientes dentro de loja.
- Aumento do Ticket-médio de compras.
- Retomada de compras do mês ou compras de abastecimento.
- Inserção digital com aumento das vendas delivery e por aplicativo.
Além disso, por pesquisa da ABRAS foi identificado um novo comportamento do consumidor brasileiro, mostrando que o consumidor está buscando objetividade, segurança e eficiência nas compras. Objetividade se refere a uma compra objetiva ágil, nesse quesito, os Hipermercados (grandes lojas) perdem espaço para os supermercados de vizinhança. Segurança se refere ao comprimento dos protocolos de segurança sanitária e eficiência significa encontrar os produtos procurados para não ter que se arriscar em outra loja para complementar suas compras. Portando, ruptura mais uma vez é o fator crítico a ser administrado pelos supermercados.
É oportuno ressaltar que sempre que identificamos um crescimento acentuado e consistente em um setor que é o caso do setor supermercadista. Sempre ocorre a entrada de novos concorrentes de outros estados (Mateus Maranhão), assim como concorrentes nacionais (Atacadão) e avanço de bandeiras locais. Esse avanço da concorrência exige que os supermercadistas estejam a cada dia mais profissionalizados com uma gestão eficiente e equipe capacitada e estruturada para que possam operar de forma competitiva e continuar crescendo.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Economic News Brasil.