Descomplicando e democratizando a Governança Corporativa II

*Coluna Semanal – Por Sávio Maia – 18/03/21

Por que implantar a governança?

As primeiras dúvidas que surgem quando nos procuram para iniciar um projeto de governança é saber quais os ganhos práticos. Já fala um grande empresário e cliente no auge de sua sabedoria: “não me venha com coisa bonita, quero saber se vai gerar caixa”. Como já disse, sou fã dos fundadores porque eles conseguem sintetizar tudo em uma única frase.

Segundo o IBGC, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, a governança é um sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas envolvendo o relacionamento com acionistas, família, executivos familiares e não familiares, conselheiros e órgãos de controle. As boas práticas de governança convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando o acesso ao capital e contribuindo para sua longevidade.

Destrinchando os conceitos, os ganhos práticos são:

Convertem princípios

A cultura da organização é ponto chave. A governança fortalece e pode com o tempo melhorá-la, mas a essência da empresa e da família empresária sempre prevalece porque foi estes valores que levaram a chegar aonde está.

Recomendações Objetivas

O Conselho não é uma câmara de notáveis. O grande desejo é contribuir de forma objetivo e focada. As reuniões integram com o modelo de gestão para priorizar assuntos relevantes que afetam o resultado, a longevidade e a estratégia da empresa.

Preservar e Otimizar o valor da organização

Este tópico é primordial. Sabe aquele assunto de gerar caixa? Aqui que se resolve isso. A empresa tem que ter uma estratégia financeira definida, há momentos de rentabilizar, de investir e gerar caixa. Os empresários são solitários nesta decisão e carregam o ônus do risco nas costas que podem afetar famílias, ou seja, não somente a dele, mas de seus colaboradores também. Este contraponto de um especialista independente contribuiu na otimização de valor além de elevar o nível da discussão e trazendo novidades do mercado (financeiro, operacional, comercial e tecnologia). Costumo dizer que o conselho com bons conselheiros, com perfil adequado à cultura e realidade momentânea da empresa, gera maturidade dos acionistas (para liberar pautas arraigadas pela tradição) e nos executivos (às vezes acostumados com o modus operandi dos proprietários). Este desconforto inicial reflete em produtividade, assertividade e credibilidade nas decisões, até criar um novo patamar da gestão.

Aceso ao capital

O aumento da qualidade das informações, a construção de decisões colegiadas discutidas em alto nível, a credibilidade da empresa e de seus proprietários, desenham o cenário perfeito para acesso de estruturas de capital mais baratas que permitem alavancar o retorno sobre o investimento dos acionistas. Estruturas essas que a empresa antes nunca sonhou em acessar.

Longevidade

A perpetuidade da organização sempre será um sonho do fundador. Deixar um legado para a sociedade e para sua família usufruir por muito tempo tranquiliza quanto a missão que veio cumprir na terra. Neste quesito, a governança constrói ferramentas e decisões que permeiam a sucessão, a reorganização societária, a estrutura de poder, a relação empresa x família e a cultura por resultados. Ademais apoia os empresários a pensar de forma estratégica, contribuir com o que realmente interessa na organização.

 

A governança não tem receita de bolo. É um ponto de partida nesta jornada, buscando maturidade e construindo uma nova realidade. Na próxima coluna compartilharemos no como começar este processo…

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Economic News Brasil.

 

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