Um Olhar Sobre as Profissões: Joseval Carqueija – Presidente do Crea/BA

Ser engenheiro, agrônomo e geocientista é um dom divino  destinado a subsistência da  humanidade.
Ser engenheiro, agrônomo e geocientista é um dom divino  destinado a subsistência da  humanidade.

Joseval Carqueija assumiu a presidência do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do estado da Bahia no início deste ano. Ele é o nosso entrevistado da semana no quadro Um Olhar Sobre as Profissões.

Joseval Costa Carqueija é Engenheiro Agrimensor, especialista em geotecnologias e atua profissionalmente como autônomo e empresário. É responsável pela criação do Crea Junior na Bahia, em 2011, coordenando as primeiras ações. Já foi dirigente de entidades de classe, diretor administrativo e conselheiro do Crea-BA, diretor geral da Mútua-BA e coordenador nacional das Câmaras de Agrimensura do Confea. Carqueija foi responsável pela fundação de várias associações de classe, melhor forma de fazer com que os/as colegas participem do Sistema. Entre elas estão: AELEN, ASSEOB, ASSEPB, ABECA – PE, ABEMEC-BA, Aprogeo-BA, Afeagi, Agrolem, Aep-BA e Aseab.

Um Olhar Sobre as Profissões

1.   Por que você decidiu por essa área? Quais foram os critérios?

Desde criança, eu já tinha optado pela engenharia. Nessa idade, eu já acompanhava meu pai, que era funcionário da Petrobras. Muitas vezes ele me levava no terminal de Madre de Deus aqui na Bahia, e eu chegava em casa e dizia a minha mãe que eu queria ser engenheiro da Petrobras. Mais tarde, eu fui ser militar no exército. Trabalhei 09 anos e era lotado no setor de patrimônio e mantinha contato constante com o pessoal do Batalhão de Engenharia, ai coloquei na cabeça que faria mesmo engenharia. Escolhi Agrimensura porque já tinha um contato com levantamento topográfico, por exemplo.

2. Existe alguma história sua interessante na faculdade ou durante os anos de experiência relacionada à profissão? Algo peculiar ou memorável?

Fui presidente de diretório acadêmico durante 03 anos. Mas, eu estudava bastante porque queria me formar e sair do exército, e por Influência do engenheiro Antônio Batista Machado, que era o então presidente da Associação dos Engenheiros Agrimensores da Bahia, eu comecei a participar das reuniões de Câmaras do Crea-BA e Plenária, porque ele dizia que o aluno já tinha que ver como funcionava o Crea. Ele já foi um visionário, porque nem se falava em CreaJr. Eu como aluno participava, depois chegava na faculdade e falava como era o Crea para os colegas. Em 2011, eu fui responsável pela criação do CreaJr na Bahia.

3.  Como você avalia a situação atual do profissional? Como o profissional pode estar sempre se atualizando? Qual a importância disso e a relevância da profissão?

Estamos em um momento de crise no país. O momento atual é o futuro precisam ser pensados dentro desse novo contexto. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou em julho de 2020, o documento Brasil Pós Covid-19, com um conjunto de propostas de curto e médio prazos para acelerar o desenvolvimento sustentável do Brasil pós-pandemia, em uma trajetória de crescimento e desenvolvimento, que apontam para quatro direções: Atividade produtiva e reconstrução das cadeias de produção; Inserção internacional; Investimento em infraestrutura; Proteção econômica e social de populações vulneráveis. E é nesse contexto, que temos que pensar na qualificação profissional dos futuros engenheiros e engenheiras, para fazer com que o Brasil obtenha melhores resultados sociais, tecnológicos e econômicos de forma sustentável. O futuro da Engenharia está ligado a multidisciplinaridade

4. Existe valorização?
Ainda não podemos dizer que existe valorização profissional. Precisamos defender a engenharia nacional. Um aspecto é o combate à corrupção, que todos os brasileiros devem apoiar. Outro é assistirmos passivamente a um desmonte proposital das empresas de engenharia nacional, privada e públicas, como se todos fossem corruptos e necessitassem sucumbir. Quem ganhou com isso, as empresas de engenharia internacionais, e sofreremos bastante com o fechamento de unidades da Petrobras, da Odebrecht e agora estamos com a saída da Ford do Brasil, a venda da Refinaria Landulfo Alves, na Bahia. O Sistema Confea/Crea assistiu calado a esse desmonte, com graves repercussões na economia nacional e em nosso Sistema.

5. Quais foram as principais conquistas da categoria nos últimos anos?

Acredito  que, a maior conquista  da categoria nesses  tempos  foi a evolução  das  tecnologias que proporcionam  agilidade , respeito  ao meio ambiente e assertividade.

6. Como os conselhos podem atuar em prol da profissão?

O conselhos devem atuar  na fiscalização e defesa da atividade  profissional,  proporcionando assim  a defesa da  sociedade .

7. Desde que assumiu a presidência, pode destacar quais as principais ações?

A gestão tem menos  de 60 dias  úteis  porém, já iniciei  as tratativas  para convênios  com os municípios e governo de da Bahia, bem como o BANCO DO NORDESTE , SICOOB, TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS além de  ações voltadas para  a formação  profissional  e das  associações de classe  representativas. Também iniciamos a organização da estrutura administrativa para  melhor atendimento  ao profissional e a sociedade .

8. Quais as prioridades para o futuro?

Vamos intensificar ações conjuntas com o Ministério Público. Trabalharemos a divulgação e ações educativas, mas também as emissões de auto de infração, sobretudo, em profissionais e empresas reincidentes, ferramentas “inteligentes”, priorizando o georreferenciamento. O Conselho precisa ser eficiente nas suas atividades tidas como “cartoriais”, como registro de profissional e de pessoa jurídica, inclusão de responsável técnico, emissão de certidões, anotações de cursos e demais atividades. Como profissional da iniciativa privada, já sofri muito com o não atendimento às cartas de serviços e priorizaremos a eficiência também nessa questão. É o mínimo que podemos fazer, não atrapalhar os profissionais e empresas empreendedoras. Trabalharemos ainda a dimensão complexa da engenharia pública. Ela é desafiadora, mas muito importante, sobretudo, nas grandes cidades da Bahia, como Salvador, onde mais da metade das habitações são tidas como irregulares ou sem acompanhamento de profissionais do Sistema Confea/Crea. Fortaleceremos as entidades de classes, a fim de aprimorar a qualificação técnica e científica dos profissionais por meio de um programa de educação permanente, estimularemos e apoiaremos a criação de associações profissionais em todo o Estado da Bahia.

9. Como você resumiria o profissional em uma frase?

Ser engenheiro, agrônomo e geocientista é um dom divino  destinado a subsistência da  humanidade.

10. Como tem sido o investimento nos canais de comunicação e relacionamento com os profissionais e a sociedade, como o da ouvidoria?

Esta foi uma das primeiras ações realizadas assim que assumi, dia 04 de janeiro de 2021: organizar a Ouvidoria. Antes o que existia no Crea-BA era um serviço de atendimento e não uma Ouvidoria de fato. Hoje, estabelecemos o setor Ouvidoria, que cuidará de denúncias diversas no âmbito interno e externo e estabelecemos o Serviço de Atendimento ao Profissional e Empresa (SAPE), que trata das questões ligadas as reclamações de atendimento, sistema, dentre outros. Antes, tudo estava sendo direcionado, erroneamente, para a Ouvidoria.

11. Tem algo que queira acrescentar?

A vitória é uma  construção  coletiva. Então,  vamos todos em busca de mais  conhecimento e  compartilhamento de  experiências que possam  influenciar  diretamente  na sociedade. Nosso objetivo é ser um Crea mais humano, integrado e solidário. #UmSóCrea

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