O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) adiou mais uma vez o cumprimento de sua promessa de campanha. A correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física não foi realizada pelo governo. Pelos cálculos, 10,5 milhões de brasileiros deverão pagar mais tributos do que se estivessem isentos, como o chefe do Executivo havia prometido em 2018.
A isenção do imposto vale somente para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês, ou seja, menos de dois salários mínimos. Se a tabela fosse corrigida pela inflação, a isenção deveria valer para todos que ganham até R$ 4.022,89.
O estudo foi feito pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) e mostra que 10,5 milhões não deveriam pagar imposto . Segundo os dados, devido à ausência de reajustes ou às correções abaixo da inflação oficial (medida pelo IPCA), a tabela do Imposto de Renda acumula uma defasagem de 113,09% desde 1996 até o ano passado.
A promessa inicial de Bolsonaro era isentar todos os brasileiros que ganhassem até cinco salários mínimos (pouco menos de R$ 5.000 na época). No fim de 2019, o discurso mudou e o valor da promessa foi reduzido para R$ 3.000.
Com a pandemia de coronavírus e as dívidas do governo, Bolsonaro adiou a promessa mais uma vez. O presidente também admitiu que não conseguirá atingir o piso de isenção de R$ 5.000 até o fim do seu mandato.
A partir de segunda-feira, cerca de 32,6 milhões de brasileiros terão que apresentar a declaração anual do Imposto de Renda. Destes, quase 3 milhões de pessoas poderão ter que devolver o auxílio emergencial recebido para enfrentar a pandemia de Covid-19 porque acumularam outras rendas acima de R$ 22.847,76 no ano passado.
