Pesquisar
Close this search box.
conteúdo patrocinado

Petrobras perde cerca de R$ 100 bilhões em valor de mercado desde sexta-feira

O que está em jogo agora é a perda de credibilidade da companhia. O mercado teme também efeitos sobre o processo de venda de ativos da estatal, que visa reduzir o endividamento e aceleraria a estratégia da empresa para se tornar uma grande pagadora de dividendos.
O que está em jogo agora é a perda de credibilidade da companhia. O mercado teme também efeitos sobre o processo de venda de ativos da estatal, que visa reduzir o endividamento e aceleraria a estratégia da empresa para se tornar uma grande pagadora de dividendos.
A maior desvalorização dos papéis, em um dia só de negociação, desde março de 2020 quando o mercado sofria os piores momentos da crise deflagrada pela pandemia da covid-19.

Em apenas dois pregões, a Petrobras já perdeu R$ 100 bilhões em valor de mercado. A companhia saiu de um patamar de R$ 383 bilhões no fechamento de quinta-feira e agora está sendo negociada a R$ 283 bilhões – a diminuição de 25% em seu valor de mercado.

O risco é de que o recuo fique ainda maior já as ações da companhia continuam sofrendo com uma onda de vendas dos investidores.

Nas mínimas do dia, as ações ordinárias da companhia chegaram a cair só hoje 21,14%, a R$ 21,37, enquanto as preferenciais recuaram 21,44%, a R$ 21,47. É a maior desvalorização dos papéis, para um dia só de negociação, desde março de 2020 quando o mercado sofria os piores momentos da crise deflagrada pela pandemia da covid-19.

conteúdo patrocinado
conteúdo patrocinado
conteúdo patrocinado

Com isso, o tombo das ações em dois dias – até a mínima do de hoje – é de 27% e 21%, respectivamente.

A forte desvalorização ocorre devido ao que chamam de intervenção do governo na companhia. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou o general Joaquim Silva e Luna para o comando da estatal no lugar de Roberto Castello Branco após os últimos reajustes nos combustíveis.

O movimento reflete ainda uma série de rebaixamentos de recomendação por parte de bancos e corretoras. O Bradesco passou sua visão de neutra para venda e indicou o preço-alvo do papel para R$ 24,00, de 34,00. Já o Credit Suisse passou sua própria recomendação de ‘compra’ para ‘venda’ e revisou o preço-alvo das ADRs da companhia negociadas em Nova York pela metade, de US$ 16 para US$ 8.

O Goldman Sachs por sua vez, comentou que a decisão de Bolsonaro é negativa para a Petrobras, mas manteve a recomendação de compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 41,10 e R$ 27,30 para as ações ordinárias e preferenciais, respectivamente.

Ações de outras estatais também são castigadas nesta manhã, sob efeito da ameaça de mais medidas intervencionistas por parte do presidente Bolsonaro. É o caso de Banco do Brasil, que tomba 10,45%, e de Eletrobras , cuja ações ordinárias e preferenciais têm queda de cerca de 4%.

Outras ações de peso do índice também tem queda firme. Vale cai 2,98%; a ação ordinária do Bradesco recua 3,67% e a preferencial cede 4,29%; Itaú Unibanco cai 4,71%. Apenas 2 das 81 ações do Ibovespa operam no azul esta manhã. Lojas Americanas PN sobem 13,08% e B2W Digital avançam 6,59% após aprovarem um estudo sobre a potencial combinação de seus negócios.

Mais perdas 

O que está em jogo agora é a perda de credibilidade da companhia. O mercado teme também efeitos sobre o processo de venda de ativos da estatal, que visa reduzir o endividamento e aceleraria a estratégia da empresa para se tornar uma grande pagadora de dividendos.

Castello Branco foi nomeado no fim de 2018 e reconduzido para um mandato de dois anos em 20 de março de 2019. Diante da sua insistência em manter a Petrobras livre de qualquer interferência do governo, houve pressão para que renunciasse, mas ele não demonstrou essa disposição.

Na quinta-feira (18), a Petrobras anunciou reajustes de 10,2% e 15,1% para gasolina (o quarto do ano) e diesel (terceiro de 2021), respectivamente, a partir desta sexta. No mesmo dia, Bolsonaro disse que promoveria mudanças na estatal e anunciou isenção de impostos federais sobre o diesel e o gás de cozinha.

Os ministros Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) tentaram apaziguar. Diante da recusa de Bolsonaro, Bento Albuquerque aceitou a indicação de Joaquim Silva e Luna, presidente da Itaipu Binacional, cujo nome foi sugerido pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Neto. O general da reserva João Francisco Ferreira foi indicado para o cargo de diretor-geral de Itaipu.

A indicação do militar foi definida em reunião na sexta, no Planalto, de que participou o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, amigo de Silva e Luna. Pessoas presentes relatam que o próprio Bolsonaro ligou para o general para fazer o convite.

O Ministério de Minas e Energia enviou então ofício para a Petrobras indicando Silva e Luna não somente como presidente da companhia mas também como integrante do conselho de administração.

Para gestores de investimento, a escolha do chefe da Petrobras compete ao conselho de administração –formado por representantes dos acionistas (União e minoritários) e profissionais do mercado–, que decide rumos e políticas implementadas pela diretoria-executiva, comandada pelo presidente da estatal.

Prevendo possível reprovação para a indicação de Silva e Luna pelo conselho, o governo o indicou como conselheiro. Para os gestores, foi uma manobra para evitar essa derrota. O Ministério de Minas e Energia já solicitou convocação de assembleia-geral extraordinária para que o novo conselheiro seja empossado, o que lhe dá poder de voto.

Ao mesmo tempo, o governo indicou todos os atuais integrantes do conselho para a recondução. A decisão representa uma derrota para Guedes, que defendia a permanência do atual executivo no cargo e era contra intervenções na companhia. Prevaleceu o interesse da ala militar do governo.

Receba as últimas notícias do Economic News Brasil no seu WhatsApp e esteja sempre atualizado! Basta acessar o nosso canal: CLIQUE AQUI!

conteúdo patrocinado

MAIS LIDAS

conteúdo patrocinado
conteúdo patrocinado