Do Vale do Silício à Cultura do Fracasso
Inspirados pela “cultura do fracasso”, investidores no Vale do Silício frequentemente avaliam o potencial de sucesso de um projeto com base na quantidade de fracassos anteriores do empreendedor. Eles veem o fracasso não como um erro, mas como o resultado de um risco calculado. Afinal, enfrentar o fracasso sugere que, por trás dele, há alguém disposto a correr riscos, um aspecto essencial da inovação.
Kintsugi: A Arte Japonesa da Resiliência
Quatro séculos antes de Einstein e da ascensão do Vale do Silício, os japoneses já haviam criado o Kintsugi, uma técnica artística que transforma objetos quebrados – e, por extensão, pessoas – em algo valioso e belo. Esta arte envolve a restauração de vasos e cerâmicas partidos com ouro derretido, simbolizando uma valorização das marcas de desgaste e da história por trás de cada objeto. Assim, um vaso que nunca se quebrou é apenas um vaso, independentemente de seu custo.
Filosofia do Kintsugi: Aprendendo com a Quebra
O que é verdadeiramente especial é o objeto que, após ser quebrado, é restaurado e se torna único, insubstituível e inigualável. Essa filosofia de vida enfatiza a importância da resiliência e do amor-próprio diante das adversidades, em um mundo que frequentemente busca a perfeição. Ela representa o respeito pela nossa jornada, repleta de fracassos, desenganos e perdas.
Aceitação e Evolução: O Legado do Kintsugi
O Kintsugi simboliza a aceitação da mudança e da evolução como realidades inerentes à vida. Ele representa a determinação de superar desafios, valorizando cada cicatriz que evidencia nossa capacidade de nos reconstruir e nos tornar mais fortes diante dos infortúnios da vida.
*Opinião – Artigo Por Sávio Carvalho, comunicólogo, mestre em administração de empresas, especialista em gestão de crises, estratégia e desenvolvimento de pessoas para relações institucionais e humanas.