Inadimplência no setor automotivo dispara durante pandemia

Nível de inadimplência nos financiamentos de veículos deve crescer entre 30% e 40%

Nos últimos dias, bancos no Brasil têm sido procurados principalmente para renegociação de prazos de pagamento. Paulo Noman, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), alerta para um possível aumento de 30% a 40% na inadimplência no setor automotivo em abril, reflexo dos desafios impostos pela pandemia global.

O aumento da inadimplência segue um padrão observado internacionalmente. Na Europa, o crescimento foi de cerca de 30%, enquanto na China alcançou 50%. Esses dados indicam as consequências econômicas extensivas da pandemia no setor automotivo.

Queda Drástica no Volume de Negócios

A Anef, representando instituições financeiras do setor, projeta que as vendas de abril equivalerão ao volume de um dia normal de operações pré-pandemia. “Os números de março ainda não capturam totalmente essa realidade”, observa Noman.

Alterações no Comportamento do Consumidor

As mudanças no comportamento dos consumidores são significativas. Segundo Noman, houve uma redução drástica tanto nas visitas físicas às lojas quanto nas pesquisas online por veículos, afetando diretamente o setor de financiamento automotivo.

Perspectiva da Hyundai e Padrão de Consumo Brasileiro

Angel Martinez, da Hyundai, concorda com a previsão de aumento da inadimplência no Brasil. Ele destaca, porém, que o impacto pode ser atenuado pela tendência dos brasileiros em oferecer boas entradas nos financiamentos.


Montadoras Enfrentam Paralisação e Estoques Altos

A indústria automobilística brasileira está paralisada devido à pandemia, com estoques de veículos prontos para venda em níveis altíssimos. “Essa paralisação afeta toda a cadeia de suprimentos”, explica Wagner Santana, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Diante da crise, o sindicato defende medidas de estímulo fiscal e facilitação de acesso a linhas de crédito. Há também discussões para que fornecedores e metalúrgicas busquem acordos com montadoras, visando minimizar os impactos financeiros.

Santana ressalta a importância de acordos para regular demissões e proteger os trabalhadores. “Esses acordos são uma segurança, mas em tempos de crise, podem ser desafiados”, conclui ele, enfatizando a seriedade da situação atual no setor automotivo.

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